Energia renovável

Energia renovável

Estrutura institucional para o setor elétrico

O sector eléctrico de Moçambique é constituído por diferentes instituições chave na estrutura do governo, cujas funções e objectivos têm impacto directo ou indirecto no sector e na implementação de medidas relevantes para o seu desenvolvimento:

  • O Conselho de Ministros é responsável por definir políticas, estratégias e instrumentos reguladores que permitam o desenvolvimento dos recursos naturais para benefícios económicos, em associação com a responsabilidade ambiental
  • O Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), (resultante da fusão do Ministério dos Recursos Minerais e do Ministério da Energia), é responsável pelo planeamento da estratégia e política energética nacional e pela supervisão do funcionamento e desenvolvimento do sistema energético setor
  • A Direcção Nacional de Energia (DNE), órgão técnico central do MIREME, é responsável pela análise, preparação e elaboração de políticas energéticas e licenciamento de instalações eléctricas
  • A ARENE (Autoridade Reguladora da Energia) é um órgão governamental consultivo e consultivo, tutelado pelo MIREME, funcionando também como regulador da produção, transporte e comercialização de energia elétrica
  • A EDM, uma concessionária estatal verticalmente integrada, é responsável pela geração, aquisição, transmissão, distribuição e venda de eletricidade. A EDM é também gestora da Rede Nacional
  • A Hidroeléctrica de Cahora Bassa SA (HCB) gere a barragem hidroeléctrica de Cahora Bassa e é actualmente o maior produtor de electricidade em Moçambique; e
  • O FUNAE (Fundo de Energia) é uma instituição pública encarregada de desenvolver, produzir e utilizar diferentes formas de produção e distribuição de energia de baixo custo para eletrificação rural fora da rede. Promove a conservação e gestão sustentável dos recursos energéticos.

Potencial de energia renovável

Moçambique possui um vasto leque de recursos energéticos renováveis ​​e não renováveis, o que lhe confere condições favoráveis ​​não só para satisfazer as suas próprias necessidades energéticas domésticas, mas também para exportar para os países da região da África Austral e para outros mercados internacionais.

Potencial Solar

Moçambique tem um potencial solar significativo e praticamente inexplorado. A irradiação solar global do país varia entre 1.785 e 2.206 kWh/m2/ano, o que representa um potencial estimado de 23.000 GW. A energia solar é uma fonte de energia abundante e consistente na maior parte do país, com as províncias de Niassa, Nampula, Cabo Delgado e Zambézia apresentando os níveis mais altos de irradiação. O Atlas das Energias Renováveis ​​identificou 189 localizações para centrais elétricas ligadas à rede, próximas de subestações existentes, com uma capacidade total de 599 MW (FUNAE-ATLAS, 2013).

Potencial Eólico

De acordo com o Atlas das Energias Renováveis ​​(FUNAE, 2013), Moçambique apresenta um regime eólico de média-baixa-intensidade com velocidades entre 4 e 6 metros por segundo a 80 metros, com exceção da zona sul do país e altas zonas do centro e norte onde os ventos atingem valores mais elevados. O Atlas das Energias Renováveis ​​identificou um potencial eólico total de 4,5 GW, dos quais 1.100 MW poderão ter potencial para ligação à rede. Destes, cerca de 230 MW são considerados de alto potencial.

Potencial Hidráulico

O Atlas das Energias Renováveis ​​identificou um total de 1.446 potenciais projetos hídricos com um potencial acumulado de 19 GW, dos quais, com base em estudos, foram selecionados 351 projetos prioritários com um potencial estimado de 5,6 GW. A maioria dos projectos está localizada nas províncias de Tete, Manica, Niassa, Zambézia e Nampula. De acordo com o Atlas, cerca de 100 locais poderão ser desenvolvidos em um futuro próximo.

Potencial Bioenergético

De acordo com o Atlas das Energias Renováveis, Moçambique tem um potencial bioenergético de 2 GW. Desse total, um pipeline de 128 MW de projetos prioritários de biomassa seria viável para desenvolvimento no curto prazo. Em termos regionais, o maior potencial encontra-se nas Províncias da Zambézia, Sofala, Niassa e Maputo.